CRIAR PARA APRENDER: TECNOLOGIA
COM INTENÇÃO
⇒ Momento 1
Debater em Fórum os Critérios de Seleção de Ambientes Digitais (Desenvolvido na Sala de Aula Virtual Assíncrona 2)
Este post surge no âmbito do Tema 2, que por sua vez
incluiu dois momentos distintos de discussão. O primeiro momento decorreu num fórum
assíncrono, onde os colegas partilharam reflexões em torno da seguinte questão:
“Que pressupostos e critérios devemos usar para selecionar os ambientes e plataformas digitais mais adequados para construir o nosso ecossistema (híbrido) de aprendizagem?”
A discussão foi dinamizada pelas
intervenções dos participantes e pontuada por comentários e provocações do
Professor António Moreira, que procuraram estimular o pensamento crítico e
aprofundar a análise sobre o tema.
A reflexão que partilho a seguir resulta desse momento coletivo, enriquecido pelos recursos estudados e pela experiência docente que me acompanha.
Antes de partilhar a minha reflexão, convido-vos a assistir ao vídeo do Professor António Moreira, onde são abordadas questões centrais sobre o papel das tecnologias digitais na educação. Este contributo audiovisual ajuda-nos a recentrar a reflexão pedagógica no essencial: o propósito educativo que deve orientar a integração tecnológica.
Vídeo | Vídeo2 TecnologiasDigitais amoreiraSIED - António Moreira👇
A riqueza das participações no
fórum revelou diferentes olhares sobre os critérios de seleção de
ambientes digitais, confirmando a importância de articular visão pedagógica
com conhecimento técnico. Muitos colegas salientaram a relevância da
intencionalidade educativa, da usabilidade e da segurança, bem como a
necessidade de contextualização das escolhas
tecnológicas face às especificidades dos alunos. A centralidade do professor
como responsável pelas decisões tecnológicas
com intenção pedagógica foi reafirmada em várias intervenções, sublinhando que a seleção de plataformas e ferramentas
não pode ser neutra nem meramente
instrumental. Foram ainda apontadas preocupações com a sobrecarga digital, a fragmentação das aprendizagens e a importância
de garantir acessibilidade e inclusão. Em
síntese, as vozes do fórum convergem na ideia de que tecnologia com intenção
pedagógica é o que transforma os ambientes
virtuais em espaços habitáveis e férteis para a aprendizagem.
Estas ideias,
tão diversas quanto pertinentes, reforçam a urgência de refletir sobre os
princípios que devem orientar a escolha e a utilização dos ambientes digitais.
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Vivemos rodeados de ecrãs, aplicações e plataformas. As possibilidades são infinitas….
No centro do Tema 2 está uma ideia simples, mas poderosa: as
tecnologias digitais em rede não são apenas meios, são ambientes vivos, cheios
de potencial para criar experiências de aprendizagem interativas,
significativas e até memoráveis.
Hoje, o professor não tem de ser
apenas consumidor de ferramentas criadas por outros. Pode escolher, adaptar,
reinventar ou até criar os seus próprios ambientes digitais de aprendizagem,
alinhados com os objetivos que pretende alcançar com os seus alunos.
Mas atenção: mais tecnologia não
significa melhor aprendizagem. Esta abundância de recursos digitais exige
discernimento e sentido pedagógico.
O verdadeiro desafio está em saber
escolher, selecionar o que realmente faz sentido para os alunos que temos à
frente: aquilo que se ajusta ao grupo, ao seu ritmo, às suas necessidades,
curiosidades e contextos, e que esteja em sintonia com as intenções educativas
que orientam a nossa prática.
Como lembra o
Professor António Moreira, no vídeo2 TecnologiasDigitais amoreiraSIED, “…as tecnologias deverão ser auxiliares desse processo
educativo…”, mas não
devem ser sempre o elemento central nem o motor exclusivo da aprendizagem.
Esta afirmação traz-nos de volta à
essência: a centralidade do humano, da pedagogia sobre a técnica, do propósito
sobre o aparato.
Esta visão está em sintonia com a
proposta de Moreira & Horta (2020), que defendem os ambientes
híbridos como processos de inovação sustentada, mais do que apenas misturas
de espaços ou recursos, são experiências educativas com coerência,
estrutura e intencionalidade.
Por sua vez, o relatório Innovating
Pedagogy 2024 recorda-nos que a integração de tecnologias emergentes, como a
inteligência artificial ou a realidade estendida, só faz sentido quando promove
aprendizagens mais envolventes, colaborativas e eticamente conscientes.
A pedagogia continua
a ser o eixo estruturante de toda a inovação.
Criar ambientes digitais é, acima
de tudo, criar espaços habitáveis, para os nossos alunos, com
estrutura, propósito e um toque humano. E isso começa sempre por uma pergunta
essencial:👇👇👇
Imagem gerada por IA (ChatGPT)
Porque a inovação só faz sentido quando está ao serviço da aprendizagem!
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No post seguinte, retomo o segundo momento da Atividade 2.
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⇒ Momento 2
Refletir na Sala de Aula Assíncrona sobre a Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (Desenvolvido na Plataforma VideoAnt).
EDUCAÇÃO HÍBRIDA:
UM ECOSSISTEMA EM CONSTRUÇÃO COLETIVA
Era Híbrida, Educação Disruptiva: Onde
aprender deixa de ser um lugar
Um
convite à reflexão crítica sobre o presente e o futuro da educação.
Neste
vídeo provocador, o Professor António Moreira convida-nos a olhar para a
educação digital e disruptiva com olhos mais atentos, mais críticos e mais humanos. Ao falar
de era híbrida, disrupção educativa e novos ambientes de aprendizagem,
interpela-nos enquanto docentes, estudantes e cidadãos da infosfera.
Mais
do que conceitos, o vídeo propõe uma nova atitude: pensar os espaços (reais e
digitais) como ecossistemas educativos vivos, fluídos e em constante
reinvenção.
Vídeo | Era Híbrida, Educação Disruptiva e Ambientes de Aprendizagem - António Moreira👇
Educação Híbrida: Um Ecossistema em Construção Coletiva
PRIMEIRO...
Perceber a Era Híbrida: das fronteiras fixas às fronteiras líquidas
Os primeiros comentários
revelaram um forte impacto do conceito de “educação híbrida” como algo que vai
além da junção entre ensino presencial e a distância. Em vez de uma fusão
técnica, falou-se de um paradigma relacional, onde espaço, tempo, metodologia e
intencionalidade se entrelaçam.
Muitos participantes destacaram a ideia de “fronteiras líquidas”, em que a
aprendizagem transborda da sala de aula formal e se distribui por múltiplos
ambientes, físicos, digitais, síncronos e assíncronos. Perceber que se aprende
em todo o tempo e em todo o lado foi descrito como libertador, mas também
exigente.
Imagem gerada por IA (ChatGPT)
“A
educação híbrida não é só um modelo, é uma atitude.”
“Não
basta estar online, é preciso habitar o digital com intencionalidade e
presença.”
A SEGUIR...
Habitar o Digital com Pedagogia e Cuidado
Num segundo plano da discussão, emergiram preocupações com a mediação pedagógica consciente. A tecnologia foi tratada não como um fim, mas como um meio ao serviço da pedagogia, que deve respeitar os ritmos, as emoções e a diversidade dos alunos.
As
metodologias ativas foram amplamente referidas como motor de envolvimento e
sentido, mas também se reconheceu a importância de combinar o clássico e o
emergente: tablets e cadernos, fóruns digitais e leitura em papel, exposição
oral e projetos colaborativos.
“A
inovação não nasce do novo pelo novo, mas do equilíbrio entre intenção, relação
e contexto.”
“Mais
do que misturar, é preciso articular práticas com sentido.”
Foram
ainda apontados desafios estruturais:
- Como assegurar a inclusão em ambientes híbridos, sobretudo no 1.º Ciclo?
- Como garantir que a autonomia exigida pelas plataformas digitais não exclui
os mais frágeis?
- Como evitar que o digital uniformize, em vez de personalizar?
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ENTRETANTO...
Educar com humanidade no
digital: o desafio da pegada pedagógica
Várias reflexões confluíram
para uma ideia central: ensinar na era híbrida é deixar uma pegada pedagógica
digital, marcas de escuta, cuidado e orientação. Um gesto ético, e não apenas
técnico.
Este desafio exige formação contínua, criatividade pedagógica e políticas
públicas que apoiem verdadeiramente os professores. E, sobretudo, exige que não
esqueçamos que o centro do processo continua a ser humano: o aluno, com as suas
histórias, os seus tempos e a sua voz.
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E AGORA...
Para onde vamos?
O vídeo do Professor António
Moreira foi apenas o ponto de partida. Os comentários da turma mostraram que
estamos já a viver, e a construir, esta era híbrida, onde educar implica
questionar, combinar, criar e refletir.
• Como
podemos continuar a pensar ambientes híbridos habitáveis, acessíveis e
transformadores?
• O que precisamos de desaprender para ensinar melhor neste novo ecossistema?
• Estamos mesmo a preparar os nossos alunos para viver e aprender num mundo
onlife?
⇒ Nota: As frases entre aspas presentes ao longo do texto não correspondem a citações literais de autores, mas resultam de uma síntese interpretativa construída a partir das reflexões partilhadas pelos participantes da turma no fórum VideoAnt e das ideias apresentadas pelo Professor António Moreira no vídeo “Era Híbrida, Educação Disruptiva e Ambientes de Aprendizagem”, no âmbito da unidade curricular
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Referências
Kukulska-Hulme, A., Wise, A. F., Coughlan, T., Biswas, G., Bossu, C., Burriss, S. K., Charitonos, K., Crossley, S. A., Enyedy, N., Ferguson, R., FitzGerald, E., Gaved, M., Herodotou, C., Hundley, M., McTamaney, C., Molvig, O., Pendergrass, E., Ramey, L., Sargent, J., … Whitelock, D. (2024). Innovating pedagogy 2024: Exploring new forms of teaching, learning and assessment, to guide educators and policy makers (Innovation Report 12). The Open University.https://elearning.uab.pt/mod/resource/view.php?id=1188835
LabELO – Laboratório Multimédia de Estudos do Local. (2020, 29 de março). Vídeo2 TecnologiasDigitais amoreiraSIED-com António Moreira [Vídeo]. YouTube. https://youtu.be/x6juVIg0dGA
Moreira, J. A. (2020). Era híbrida, educação disruptiva e ambientes de aprendizagem [Vídeo]. https://youtu.be/rxzkv9QW7A8
Moreira, J. A., & Horta, M. J. (2020). Educação e Ambientes Híbridos de Aprendizagem: Um Processo de Inovação Sustentada. Revista UFG, 20.
https://doi.org/10.5216/revufg.v20.66027
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